sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Planejamento Estratégico

1.   Estratégia
Estratégia é uma palavra que deriva do grego “strategos” que significa “general”. Fazendo uma alusão ao passado encontramos que estratégia é a arte e a ciência de levar as forças militares à vitória. Hoje, no entanto estratégia é entendida pelas organizações como a forma de escolher as melhores opções de levá-las ao alcance dos seus objetivos.
Não posso falar de estratégia sem apresentar o conceito de Organização e estabelecer a diferença entre uma e outra Organização e sem pontuar o Planejamento frente às demais funções do Processo Administrativo.
2.   Organização
É imprescindível que se entenda Organização como sendo um conjunto de duas ou mais pessoas com objetivos específicos; logo, tanto as forças militares quanto uma escola ou uma igreja ou ainda uma empresa constituem-se em Organizações como entidades sociais. No estudo da Administração encontramos também a Organização como uma das funções da Administração, mas, esta Organização é tema para outros trabalhos que serão postados posteriormente.
A Organização como entidade social possui duas naturezas; Uma é formalizada com a elaboração de contratos, estatutos, regras, normas, leis etc; é a Organização formal. A outra nasce do relacionamento não formalizado das pessoas dentro das Organizações formais. As pessoas aproximam-se umas das outras por motivos de cunho pessoal: gostam da mesma coisa, freqüentam a mesma escola ou o mesmo clube, fazem o mesmo curso na faculdade, vão à mesma igreja. Essa Organização é chamada informal e tem uma importância muito grande nas decisões, nos resultados e no rumo das Organizações.
A Organização pode ou não, ter finalidade lucrativa, daí a diferença da empresa para as outras Organizações citadas anteriormente: as forças militares são constituídas, regra geral, com a finalidade de manter a ordem e a paz; a escola tem a finalidade de transmitir conhecimentos e auxiliar no preparo intelectual das pessoas já nos primeiros anos de vida e; a igreja tem finalidades tanto espirituais quanto sociais. Vejamos que os objetivos que levaram à constituição das distintas organizações são diferentes entre si, mas específicos para aqueles que as constituíram.
As Organizações raramente são constituídas com tempo determinado para encerrar suas atividades. Entendendo assim podemos dizer que a recíproca é verdadeira: Elas normalmente são idealizadas, projetadas, visando interesses de seus idealizadores e tendem a ser perenes, e para isto, as decisões tomadas por seus dirigentes vão determinar qual rumo vão tomar e onde vão chegar. “Há um ditado popular que diz que para quem está perdido qualquer caminho serve”. Esta Organização de que estamos falando pode ser uma empresa. Os sócios ao constituírem-na fazem a reserva ou a integralização de capital social como aporte financeiro para garantir a atividade da empresa por certo período de tempo até que ela se torne auto-suficiente. Este momento chegará numa velocidade proporcional à qualidade das decisões tomadas, ou seja, decisões mais fáceis ou decisões erradas atrasarão ou jamais permitirão a auto-suficiência da empresa. Nenhuma pessoa de sã consciência colocaria dinheiro em uma empresa sabendo que ela não daria o retorno do capital, acrescido da remuneração do seu trabalho e da compensação pelo risco do negócio. Então, a solução é definir estratégias a partir de um volume de opções que proporcione o alcance dos objetivos dos seus idealizadores.
3.   Sinópse da história da Administração e Planejamento Estratégico
O crescimento de uma empresa “organizada” está condicionado à definição de diretrizes e à capacidade de persuasão dos dirigentes aos colaboradores da empresa.
- Agora, que diretrizes são estas e como serão estabelecidas?
A resposta é Planejamento Estratégico.
Uma organização que não projeta o futuro é como uma pessoa perdida procurando qualquer caminho.
A história da Administração tem relação direta com o surgimento das Organizações empresariais. Elas tomaram forma com a revolução Industrial iniciada na Inglaterra por volta do ano de 1780 e obtiveram acelerado desenvolvimento nos anos que se seguiram. O início do século XX foi marcante para o surgimento de primeiras teorias de Administração hoje conhecidas e amplamente aplicadas e, a cada fato novo em matéria de teoria de Administração, apresentada, algo novo era agregado ao conhecimento da Administração. É deste contexto que surgiram as Funções do Processo Administrativo ilustradas a seguir.
O Planejamento feito para um cenário de longo prazo é chamado Planejamento Estratégico que desdobrado em planos menores resultam no Planejamento Tático e no Planejamento Operacional, de médio e curto prazo, respectivamente. Esses planos são produzidos em consonância com a estrutura da maioria das Organizações da atualidade, apesar das mudanças que vêm ocorrendo na configuração destas Organizações. Têm-se verificado mudanças sociais, como reflexo da mudança do perfil dos colaboradores nas Organizações na última década, 2000-2010, em função das políticas macroeconômicas, gerando oportunidades de acesso à educação superior.
Alguns dirigentes organizacionais desconhecem a importância do Planejamento Estratégico e desviam o seu foco para as questões do dia-a-dia da organização e, muitas vezes, até realizam tarefas de responsabilidade de outros ou que poderiam ser delegadas a outros; com isso, não têm tempo para pensar estrategicamente sobre o rumo que a Organização está tomando. Por se preocuparem em “como fazer” esquecem-se do “o que fazer” para alavancar vendas (organizações empresariais), gerar receitas, aumentar e otimizar a produção, produzir com qualidade e a baixo custo e ainda, não se preocupam em confrontar as receitas ao modelo tributário ao qual a empresa está sujeita, promovendo o planejamento tributário[1] e consequentemente reduzindo a carga tributária que incide sobre a empresa.
Há ainda aqueles dirigentes que vêem o Planejamento Estratégico como algo muito abstrato, sem uma “certa” lógica na sua construção relegando-o a um plano posterior, mas isto se deve também, ao fato de desconhecerem a metodologia que impõe uma necessidade de pensar estrategicamente a Organização e é isto que se propõe neste estudo.
4.   Metodologia e Estrutura básica do Planejamento Estratégico
Michaelis define Metodologia como sendo a parte da lógica que se ocupa dos métodos do raciocínio e, Método, como sendo o conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim. Com base nestes dois conceitos tomo a liberdade de definir a Metodologia do Planejamento Estratégico como a “disposição lógica e conveniente dos diversos meios para se raciocinar a respeito da Organização, tornado possível decidir no presente o que deve ser feito no futuro”, diferentemente de antecipar as decisões futuras; nestes termos, podemos adiantar os meios ou ferramentas que são usados numa disposição conveniente a possibilitar a formalização do Planejamento Estratégico.
No tópico anterior foram apresentados os três níveis de Planejamento e, a partir de agora, vamos conhecer metodicamente cada parte da estrutura básica deste importante instrumento gerencial. Ressalta-se, entretanto, que o planejamento é dinâmico e, normalmente, nas grandes empresas, ele é iniciado na “entrada” do último trimestre do ano que antecede a sua vigência. A dinâmica do Planejamento Estratégico se deve às nuances que o envolvem em cada período considerado e aos resultados apresentados em cada exercício social[2], confrontado com o planejamento vigente; a este confronto dá-se o nome de "Controle" conforme ilustrado acima e é este elemento do processo administrativo que proporciona a identificação e a tomada das medidas corretivas.
Estruturar o Planejamento Estratégico consiste basicamente em realizar os seguintes passos:
4.1. Identificar a organização para a formalização do Planejamento;

4.2. Mapear os “stakeholders” da Organização e as variáveis de interesse de cada um, visando traçar a Linha Mestra de Argumentação (LMA), aquela que positivamente satisfaça a cada stakeholder;

4.3. Desenvolver a declaração da Missão;

4.4. Desenvolver a declaração da Visão;

4.5. Realizar a Análise ambiental (Monitoração do ambiente Organizacional)
a.    Aplicação do modelo SWOT
                                 i.    Análise Interna
  • (S)trengths        => Pontos Fortes;
  • (W)eaknesses   => Pontos Fracos;
                                ii.    Análise Externa
  • (O)pportunities  => Oportunidades;
  • (T)hreats           => Ameaças.
4.6.  Aplicar o modelo das “Cinco Forças Competitivas”, de Michael Porter
                               i.    Concorrentes
                              ii.    Novos Entrantes
                              iii Produto Substituto
                              iv.   Fornecedores (Poder de barganha)
                             v.     Clientes (Poder de barganha);
4.7.  Elaborar projetos;
Os projetos são resultantes da análise ambiental proposta no tópico 4.5 e da aplicação do modelo Porter, conforme tópico 4.6. e têm como objetivos:
1)   "Tirar vantagem" das Oportunidades e dos Pontos fortes;
2)   Neutralizar ou, no mínimo, amenizar as Ameaças e os Pontos fracos.

4.8.  Definir os Objetivos estratégicos.
Nos próximos dias voltaremos ao assunto detalhando este esboço apresentado.
Grande abraço a todos. Bem vindo ao blog.


[1] Este mecanismo é conhecido como elisão fiscal e é lícito por se tratar de uma escolha jurídica dentre outras possibilidades e não deve ser confundido com evasão fiscal que é uma prática que infringe a lei, cometida após a ocorrência do fato gerador da obrigação de tributar, conforme prevê a Lei 8.130/90. Referência à empresa brasileira.

[2] Estamos considerando exercício social como sendo de Um Ano conforme estabelece o artigo 175 da lei 6.404/76 (Lei das SA’s). Há casos especiais em que o Ciclo de Produção ultrapassa o tempo considerado do exercício social.

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