sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Cálculo de Taxa Equivalente

O nosso extrato de cartão de crédito normalmente informa as taxas de juros praticadas. Para aquelas parcelas em atraso os juros são bem “salgados”; que tal 519% ao ano?
Vamos ver a quanto isto corresponde em um mês:
imês = [(1 + i)n - 1] x 100
i  = [(1 + 5,19)1/12 - 1] x 100 .:               (5,19 = 519%)
i  = [(6,19)0,0833 - 1] x 100 .:
i  = [1,16406 - 1] x 100 .:
i  = 0,16406 x 100 .: i = 16,406% a.m
Agora, vejamos a quanto isto corresponde em um dia:
idia = [(1 + i)n - 1] x 100
i  = [(1 + 5,19)1/360 - 1] x 100 .: (Ano comercial corresponde a 360 dias)
i  = [(6,19)0,002778 - 1] x 100 .:
i  = [1,0050766 - 1] x 100 .:
i  = 0,0050766 x 100 .: i = 0,508% a.d
- Será que a Caderneta de Poupança dá esse rendimento real em UM MÊS?
Pense nisso.
Até muito breve.

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Entenda na prática a diferença entre Juros Simples e Juros Compostos

Vejamos os dados na tabela abaixo:



Sendo:                        n = Prazo, Período; 
J = Juros por período;
C = Capital;  
M = Montante

1. Capitalização com Taxa de Juros Simples:
       (a)  M = C + J           (b) J = C.i.n
Leia-se:
(a)  Montante = Capital acrescido dos Juros do Período
(b)  Os Juros (J) correspondem ao produto de Capital (C), taxa de juros ( i ) e número de períodos ( n ). 
         Período pode representar semana, mês, bimestre, trimestre, quadrimestre, semestre, ano e assim sucessivamente; o importante é ter em mente que os componentes da fórmula de cálculo devem estar ajustados para a mesma base. Consideremos um exemplo em que duas informações estejam disponíveis em mês e semestre, respectivamente, logo, um semestre corresponde a seis meses; se eu digo que o prazo ( n ) é de um semestre e a informação da taxa ( i ) é mensal, ela precisa ser convertida para a unidade semestre ou o prazo ( n ) para a unidade mês.

Juros Simples
          Na tabela acima, no “momento Zero” (n = 0) o Capital ou Montante é igual a $ 10.000. Este valor sujeito a uma taxa de 10% a.m (ao mês) produz, ao final de três períodos, J = 3.000, logo, M = $ 13.000. (Ver colunas 1, 2 e 3).

Juros Compostos
          Na tabela acima, no “momento Zero” (n = 0) o Capital ou Montante é igual a $ 10.000. Este valor sujeito a uma taxa de 10% a.m (ao mês) produz, ao final de três períodos, J = 3.310, logo, M = $ 13.310. (Ver colunas 1, 4 e 5).

        Considerando o modelo de juros compostos, a taxa de juros de 10% incide sobre o Capital no primeiro período apurando um valor de $ 1.000 como juros; somando os valores tem-se montante de $ 11.000. Como os juros de $ 1.000 não são pagos no vencimento do primeiro mês, o cálculo dos juros para o período seguinte é feito sobre o montante apurado no final do período anterior, ou seja, aplicam-se 10% de taxa de juros sobre o Capital e os Juros do Primeiro período, $ 11.000. O Montante do período 2 é R$ 12.100. O procedimento realizado no segundo período se repete nos seguintes.

Concluindo:
          Juros compostos correspondem, no jargão popular, a “juros sobre juros”, que muitos de nós já ouvimos falar, isto porque os juros são incluídos no cálculo, o que não ocorre no modelo de Juros Simples.

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III - Cálculo de Parcelas Iguais e Regulares (Séries Uniformes)

1.3) Exercitando com a Fórmula
Como prometido, estamos de volta para completar o exercício postado já em duas ocasiões.
Com uma calculadora científica ou com uma calculadora simples que execute cálculo de função exponencial (Xy) é possível calcular a parcela mensal (como no exemplo acima) substituindo-se o valor de cada componente do cálculo na fórmula abaixo.
Parcelas regulares e uniformes (Séries Uniformes).
PV = PMT {[(1+i)n – 1] / [(1+i)n x i]}
Vamos ao cálculo passo-a-passo:
PV = Valor do Bem deduzido a entrada de 30% do valor
PV = R$ 40.000,00 – 30%(R$ 40.000,00) .: PV = R$ 28.000,00
i = 0,99%a.m
n = 48 Parcelas Mensais
PMT = ?
Substituindo na fórmula cada componente do cálculo, temos:
28.000 = PMT {[(1+0,0099)48 – 1] / [(1+0,0099)48  x 0,0099]} .:
28.000 = PMT {[(1,0099)48 – 1] / [(1,0099)48  x 0,0099]} .:
28.000 = PMT [(1,6046 – 1) / (1,6046  x 0,0099)] .:
28.000 = PMT (0,6046 / 0,0159) .:
28.000 = PMT (38,0591)
28.000 / 38,0591 = PMT
PMT = R$ 735,70.
Ficamos por aqui. Toda semana teremos novidades. Abraços.

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II - Cálculo de Parcelas Iguais e Regulares (Séries Uniformes)

1.2) Utilizando a Calculadora HP-12C

Conforme eu havia prometido, hoje nós vamos dar continuidade aos cálculos de Matemática Financeira, especificamente o de Prestações Iguais e Uniformes, utilizando o mesmo exemplo do artigo postado na página “Gestão Financeira”, porém, feito agora, com a Calculadora HP-12C. Ao falar sobre a calculadora no artigo postado me veio à idéia abrir uma página especialmente para o tema “Matemática Financeira na HP-12C”, em função deste tema ainda suscitar muita dúvida entre aqueles que precisam utilizar a calculadora no dia-a-dia.
Vamos ao exemplo.
Um automóvel está à venda pelo valor à vista de R$ 40.000,00. A concessionária exige uma entrada de 30% do valor do bem e financia o restante em até 48 parcelas mensais iguais, com taxa de juros de 0,99% a.m. Consideremos 48 parcelas mensais e vencimento sempre ao final de cada período:
Vamos fazer todas as operações do problema proposto, inclusive as mais simples, para irmos ganhando experiência com a calculadora.
Saiba de antemão que, para realizar as funções financeiras básicas, utilizam-se as cinco primeiras teclas da calculadora (n, i, PV, PMT, FV). A tecla seguinte CHS é para inversão de sinal; exemplo: teclando 28000 CHS, obtemos -28000 no visor.
Digite as funções e registros usados no exercício, na ordem apresentada abaixo e depois vamos procurar entender o que foi feito:
(1)  “ON” para ligar ou desligar a máquina (primeira tecla extrema esquerda inferior);
(2)  f REG
a.     “f” é a tecla dourada ao lado da tecla “ON” e ”REG”, também dourada, está sobreposta na tecla CLx à esquerda de ENTER;
(3)  40000 ENTER 30% -
a.    “%” está sobre a tecla CLx
(4)  PV
(5)  48 n;
(6)  0,99 i;
(7)  0 FV;
(8)  PMT.
No passo (2), foi feita a limpeza da memória dos registros financeiros. Observe a palavra “CLEAR” (em inglês, limpar) sobre REG, sobre outras funções à esquerda e PREFIX à direita. Acionando a tecla “CLx” apenas o visor está sendo limpo. Toda vez que se for fazer um cálculo financeiro é recomendado executar o passo (2).
No passo (3) fez-se o que se faz em qualquer operação matemática simples. Realizando-se a operação “20 + 10 =”, por exemplo, faz-se: “20 ENTER 10 +”, ou seja, não se utiliza o sinal de igualdade como nas calculadoras convencionais. No nosso exemplo, este passo está concluído e nós o memorizamos em PV (passo 4), porque corresponde ao Valor Presente da operação financeira.
O prazo da operação, em meses, está no passo (5). Em (6) registrou-se a taxa que deve estar na mesma base de tempo, mensal e, considerando que ao final não se tem nenhum saldo devedor, executamos o passo (7), registrando Zero em FV (Valor Futuro).
Antes de verificar o resultado da operação em PMT é muito importante observar no visor da calculadora se aparece a palavra “BEGIN”. Esta palavra, do inglês, significa “início”. Se ela estiver ativa significa que as parcelas vencerão sempre no início dos períodos e não é isto que está sendo proposto no exercício, então altere teclando:
g END (“g” é a segunda tecla à direita de “ON”, em cor azul e “END” está superposta no número 8, também na cor azul. Por curiosidade veja que “BEG” de “BEGIN” está na tecla 7). A condição “END”, padrão para vencimentos ao final dos períodos, não aparece no visor.
Pois bem; clicando PMT (passo 8) tem-se o resultado da operação que está informado com um sinal negativo. PMT = - R$ 735,70.
A explicação é a mesma dada no post anterior: o sinal é negativo porque representa um desembolso mensal.
REPETINDO A OPERAÇÃO CONSIDERANDO-SE AGORA UM INVESTIMENTO
O passo (3) ficaria da seguinte forma:
(3)  40000 ENTER 30% - CHS
Veja que invertemos o sinal, significando um desembolsono investimento que está sendo feito. Desta forma, ao clicarmos PMT, teremos o mesmo resultado, porém, com sinal positivo, que por sua vez significa embolso, ou seja, entrada de recurso.
Para desligar a calculadora, clique respectivamente, “f REG”, para tirar da memória todos os registros relativos ao cálculo financeiro e, em seguida, clique “ON”.
Conforme prometido está aí.
Até logo mais.

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I - Cálculo de Parcelas Iguais e Regulares (Séries Uniformes)

1.1- Utilizando uma Planilha do MS Excel 

Quando temos a intenção de fazer um financiamento e não temos ideia de como calcular a taxa efetiva a pagar pela parcela financiada fazemos uma conta bem simplista multiplicando o valor da prestação pelo número de períodos e deduzimos o valor que pagaríamos pelo bem, caso ele fosse comprado à vista; feito isto, conseguimos inferir o que aquela diferença representa no valor financiado; outra observação que fazemos é se a prestação calculada cabe no nosso orçamento. Ficamos acomodados, mas não plenamente satisfeitos porque não temos certeza da taxa de juros usada pelo credor para fazer o cálculo das prestações. Neste post vou dar uma dica de como resolver este conflito que às vezes incomoda muito.

No nosso dia-a-dia os modelos de financiamento muito utilizados são chamados de “PRICE” (Pronúncia: “PRAI-CE”, com entonação mais forte na sílaba “PRAI”) e SAC – Sistema de Amortização Constante. O primeiro é mais comum quando realizado por Bancos ou Financeiras e o segundo muito comum através de Cooperativas de Crédito ou Sistemas de Previdência Privada, ambos com alguma ligação a grandes empresas visando basicamente servir aos colaboradores das referidas empresas. Isto não exclui uma ou outra entidade de utilizar este ou aquele modelo de financiamento, não é regra.
Se você tem um computador e ele é dotado de um aplicativo que possibilite produzir planilhas de cálculos, como o Excel, da Microsoft Office, por exemplo, você pode levantar nos órgãos financiadores as variáveis consideradas no cálculo e fazê-los e, em seguida, comparar as propostas. Vejamos:
1)    Valor a financiar;
2)    Número de parcelas conforme o período com que deverão ocorrer (mensais, trimestrais, semestrais ou anuais);
3)    Taxa de juros.
4)    Calcular o Valor da Parcela para o período considerado.
Exemplo:
Um automóvel está à venda pelo valor à vista R$ 40.000,00. A concessionária exige uma entrada de 30% do valor do bem e financia o restante em até 48 parcelas mensais iguais. Consideremos 48 parcelas mensais:
R$ 40.000,00 (Valor do bem) - R$ 12.000,00 (Entrada de 30% aplicado sobre R$ 40.000,00) = R$ 28.000,00 (Valor do Financiamento).
1)    Valor a financiar: R$ 28.000,00
2)    Número de parcelas mensais: 48
3)    Taxa de juros informada: 0,99% a.m (0,99% ao mês); digita-se “0,99%” ou divide-se 0,99/100 e digita-se o resultado que é “0,0099”)
4)    Calcular.
Vamos aplicar o modelo de financiamento PRICE neste exemplo.
No Excel:
1)    Posicione o cursor em uma célula do aplicativo (célula é o cruzamento de uma linha com uma coluna; exemplo: Célula D3: Coluna D; Linha 3)
2)    Digite: =pgto(0,99%;48;28000;0;0) .: Resultado: - R$ 735,70.
Na compra do automóvel, considerando-se as variáveis expostas, o comprador desembolsa R$ 12.000,00 de entrada e ao final de cada mês contratado paga R$ 735,70.
Explicando a Fórmula no Excel:
Observe quando você estiver digitando que, ao abrir a função com um parêntese, o Excel lhe apresentará uma pequena caixa de mensagem com esta sintaxe PGTO(taxa;nper;vp;[vf];[tipo]).
Traduzindo a sintaxe:
O aplicativo está solicitando que você digite a taxa de juros por período, o número de períodos, o valor presente, o valor futuro e o tipo de vencimento.
Explicando a tradução:
Taxa ( i ): é a remuneração por período de tempo que o dinheiro estiver nas mãos do devedor. No exemplo apresentado é de 0,99% a.m;
Número de períodos ( n ): Período em que durará a operação financeira (meses, trimestres, semestres, anos);
Valor presente (VP; PV; C): Corresponde ao Valor financiado
Onde: VP = Valor Presente; PV = Present Value; C = Capital;
Valor futuro: Valor residual; aquele que não entrará nas parcelas financiadas; é a sobra que deverá ser paga junto à última parcela do financiamento. No Excel, não informando, ele considera Zero. Nos financiamentos normalmente oferecidos, de parcelas regulares e iguais, geralmente não se oferece esse modal. Em operações de leasing é possível.
Tipo de Vencimento: antecipado, aquele em que se paga a primeira parcela na contratação do financiamento, como se a entrada, ou postecipado, aquele tipo de pagamento sempre ao final de cada período. No Excel digitar “1” ou “0”, respectivamente, para cada uma das escolhas; não fazendo nenhuma opção o Excel considera Zero.
Na prática, como pode ficar a fórmula no Excel para que o resultado seja o mesmo e esteja correto:
a)    =PGTO(taxa;nper;vp;0;0)
b)    =PGTO(taxa;nper;vp;;)
c)    =PGTO(taxa;nper;vp).
Uma observação quanto ao resultado apresentado é que ele é negativo. Isto se deve ao fato de a prestação, na ótica do financiado, tratar-se de desembolso.
Vamos repetir o mesmo cálculo considerando a possibilidade de Investimento e não de financiamento. Faz-se o desembolso do Capital (R$ 28000,00) no momento do investimento e, periodicamente, o embolso das parcelas até o final do contrato.
Digite: =pgto(0,99%;48;-28000,00;0;0) .: Resultado: R$ 735,70.
Trocou-se o sinal do valor emprestado (vp no Excel).
Mais uma observação importante: as variáveis consideradas no cálculo devem ser separadas por “ponto e vírgula”.
Com estas mesmas variáveis é possível calcular através das “Funções Financeiras” do Excel, o VP, NPER, TAXA, que são conhecidos na linguagem de finanças, respectivamente como Valor Presente ou Capital, Número de Períodos ou quantidade de parcelas e Taxa de Juros, para Financiamento ou Investimento.
Vamos parar por aqui e mais à frente voltamos ao mesmo cálculo feito:
·         com a calculadora HP12-C;
·         com uma calculadora científica;
·         de forma convencional, aplicando a fórmula que deu origem ao cálculo e;
·         através de uma planilha de índices que poderão ser usados como fatores de multiplicação para cálculo de Valor da Parcela e do Capital, tanto para Financiamento quanto para Investimento.
Vamos também repetir o exemplo do financiamento usando o SAC - Sistema de Amortização Constante e fazer um exercício de comparação dos dois modelos.
Não deixe de voltar ao Blog. Vai ter novidade sempre.
Um abraço e até breve.

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Planejamento Estratégico

1.   Estratégia
Estratégia é uma palavra que deriva do grego “strategos” que significa “general”. Fazendo uma alusão ao passado encontramos que estratégia é a arte e a ciência de levar as forças militares à vitória. Hoje, no entanto estratégia é entendida pelas organizações como a forma de escolher as melhores opções de levá-las ao alcance dos seus objetivos.
Não posso falar de estratégia sem apresentar o conceito de Organização e estabelecer a diferença entre uma e outra Organização e sem pontuar o Planejamento frente às demais funções do Processo Administrativo.
2.   Organização
É imprescindível que se entenda Organização como sendo um conjunto de duas ou mais pessoas com objetivos específicos; logo, tanto as forças militares quanto uma escola ou uma igreja ou ainda uma empresa constituem-se em Organizações como entidades sociais. No estudo da Administração encontramos também a Organização como uma das funções da Administração, mas, esta Organização é tema para outros trabalhos que serão postados posteriormente.
A Organização como entidade social possui duas naturezas; Uma é formalizada com a elaboração de contratos, estatutos, regras, normas, leis etc; é a Organização formal. A outra nasce do relacionamento não formalizado das pessoas dentro das Organizações formais. As pessoas aproximam-se umas das outras por motivos de cunho pessoal: gostam da mesma coisa, freqüentam a mesma escola ou o mesmo clube, fazem o mesmo curso na faculdade, vão à mesma igreja. Essa Organização é chamada informal e tem uma importância muito grande nas decisões, nos resultados e no rumo das Organizações.
A Organização pode ou não, ter finalidade lucrativa, daí a diferença da empresa para as outras Organizações citadas anteriormente: as forças militares são constituídas, regra geral, com a finalidade de manter a ordem e a paz; a escola tem a finalidade de transmitir conhecimentos e auxiliar no preparo intelectual das pessoas já nos primeiros anos de vida e; a igreja tem finalidades tanto espirituais quanto sociais. Vejamos que os objetivos que levaram à constituição das distintas organizações são diferentes entre si, mas específicos para aqueles que as constituíram.
As Organizações raramente são constituídas com tempo determinado para encerrar suas atividades. Entendendo assim podemos dizer que a recíproca é verdadeira: Elas normalmente são idealizadas, projetadas, visando interesses de seus idealizadores e tendem a ser perenes, e para isto, as decisões tomadas por seus dirigentes vão determinar qual rumo vão tomar e onde vão chegar. “Há um ditado popular que diz que para quem está perdido qualquer caminho serve”. Esta Organização de que estamos falando pode ser uma empresa. Os sócios ao constituírem-na fazem a reserva ou a integralização de capital social como aporte financeiro para garantir a atividade da empresa por certo período de tempo até que ela se torne auto-suficiente. Este momento chegará numa velocidade proporcional à qualidade das decisões tomadas, ou seja, decisões mais fáceis ou decisões erradas atrasarão ou jamais permitirão a auto-suficiência da empresa. Nenhuma pessoa de sã consciência colocaria dinheiro em uma empresa sabendo que ela não daria o retorno do capital, acrescido da remuneração do seu trabalho e da compensação pelo risco do negócio. Então, a solução é definir estratégias a partir de um volume de opções que proporcione o alcance dos objetivos dos seus idealizadores.
3.   Sinópse da história da Administração e Planejamento Estratégico
O crescimento de uma empresa “organizada” está condicionado à definição de diretrizes e à capacidade de persuasão dos dirigentes aos colaboradores da empresa.
- Agora, que diretrizes são estas e como serão estabelecidas?
A resposta é Planejamento Estratégico.
Uma organização que não projeta o futuro é como uma pessoa perdida procurando qualquer caminho.
A história da Administração tem relação direta com o surgimento das Organizações empresariais. Elas tomaram forma com a revolução Industrial iniciada na Inglaterra por volta do ano de 1780 e obtiveram acelerado desenvolvimento nos anos que se seguiram. O início do século XX foi marcante para o surgimento de primeiras teorias de Administração hoje conhecidas e amplamente aplicadas e, a cada fato novo em matéria de teoria de Administração, apresentada, algo novo era agregado ao conhecimento da Administração. É deste contexto que surgiram as Funções do Processo Administrativo ilustradas a seguir.
O Planejamento feito para um cenário de longo prazo é chamado Planejamento Estratégico que desdobrado em planos menores resultam no Planejamento Tático e no Planejamento Operacional, de médio e curto prazo, respectivamente. Esses planos são produzidos em consonância com a estrutura da maioria das Organizações da atualidade, apesar das mudanças que vêm ocorrendo na configuração destas Organizações. Têm-se verificado mudanças sociais, como reflexo da mudança do perfil dos colaboradores nas Organizações na última década, 2000-2010, em função das políticas macroeconômicas, gerando oportunidades de acesso à educação superior.
Alguns dirigentes organizacionais desconhecem a importância do Planejamento Estratégico e desviam o seu foco para as questões do dia-a-dia da organização e, muitas vezes, até realizam tarefas de responsabilidade de outros ou que poderiam ser delegadas a outros; com isso, não têm tempo para pensar estrategicamente sobre o rumo que a Organização está tomando. Por se preocuparem em “como fazer” esquecem-se do “o que fazer” para alavancar vendas (organizações empresariais), gerar receitas, aumentar e otimizar a produção, produzir com qualidade e a baixo custo e ainda, não se preocupam em confrontar as receitas ao modelo tributário ao qual a empresa está sujeita, promovendo o planejamento tributário[1] e consequentemente reduzindo a carga tributária que incide sobre a empresa.
Há ainda aqueles dirigentes que vêem o Planejamento Estratégico como algo muito abstrato, sem uma “certa” lógica na sua construção relegando-o a um plano posterior, mas isto se deve também, ao fato de desconhecerem a metodologia que impõe uma necessidade de pensar estrategicamente a Organização e é isto que se propõe neste estudo.
4.   Metodologia e Estrutura básica do Planejamento Estratégico
Michaelis define Metodologia como sendo a parte da lógica que se ocupa dos métodos do raciocínio e, Método, como sendo o conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim. Com base nestes dois conceitos tomo a liberdade de definir a Metodologia do Planejamento Estratégico como a “disposição lógica e conveniente dos diversos meios para se raciocinar a respeito da Organização, tornado possível decidir no presente o que deve ser feito no futuro”, diferentemente de antecipar as decisões futuras; nestes termos, podemos adiantar os meios ou ferramentas que são usados numa disposição conveniente a possibilitar a formalização do Planejamento Estratégico.
No tópico anterior foram apresentados os três níveis de Planejamento e, a partir de agora, vamos conhecer metodicamente cada parte da estrutura básica deste importante instrumento gerencial. Ressalta-se, entretanto, que o planejamento é dinâmico e, normalmente, nas grandes empresas, ele é iniciado na “entrada” do último trimestre do ano que antecede a sua vigência. A dinâmica do Planejamento Estratégico se deve às nuances que o envolvem em cada período considerado e aos resultados apresentados em cada exercício social[2], confrontado com o planejamento vigente; a este confronto dá-se o nome de "Controle" conforme ilustrado acima e é este elemento do processo administrativo que proporciona a identificação e a tomada das medidas corretivas.
Estruturar o Planejamento Estratégico consiste basicamente em realizar os seguintes passos:
4.1. Identificar a organização para a formalização do Planejamento;

4.2. Mapear os “stakeholders” da Organização e as variáveis de interesse de cada um, visando traçar a Linha Mestra de Argumentação (LMA), aquela que positivamente satisfaça a cada stakeholder;

4.3. Desenvolver a declaração da Missão;

4.4. Desenvolver a declaração da Visão;

4.5. Realizar a Análise ambiental (Monitoração do ambiente Organizacional)
a.    Aplicação do modelo SWOT
                                 i.    Análise Interna
  • (S)trengths        => Pontos Fortes;
  • (W)eaknesses   => Pontos Fracos;
                                ii.    Análise Externa
  • (O)pportunities  => Oportunidades;
  • (T)hreats           => Ameaças.
4.6.  Aplicar o modelo das “Cinco Forças Competitivas”, de Michael Porter
                               i.    Concorrentes
                              ii.    Novos Entrantes
                              iii Produto Substituto
                              iv.   Fornecedores (Poder de barganha)
                             v.     Clientes (Poder de barganha);
4.7.  Elaborar projetos;
Os projetos são resultantes da análise ambiental proposta no tópico 4.5 e da aplicação do modelo Porter, conforme tópico 4.6. e têm como objetivos:
1)   "Tirar vantagem" das Oportunidades e dos Pontos fortes;
2)   Neutralizar ou, no mínimo, amenizar as Ameaças e os Pontos fracos.

4.8.  Definir os Objetivos estratégicos.
Nos próximos dias voltaremos ao assunto detalhando este esboço apresentado.
Grande abraço a todos. Bem vindo ao blog.


[1] Este mecanismo é conhecido como elisão fiscal e é lícito por se tratar de uma escolha jurídica dentre outras possibilidades e não deve ser confundido com evasão fiscal que é uma prática que infringe a lei, cometida após a ocorrência do fato gerador da obrigação de tributar, conforme prevê a Lei 8.130/90. Referência à empresa brasileira.

[2] Estamos considerando exercício social como sendo de Um Ano conforme estabelece o artigo 175 da lei 6.404/76 (Lei das SA’s). Há casos especiais em que o Ciclo de Produção ultrapassa o tempo considerado do exercício social.

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Ponto de Equilíbrio


            Os recursos financeiros compreendem ao capital empregado no negócio, aos créditos, aos financiamentos, aos investimentos e ao lucro resultante das operações da empresa.
A Administração financeira dispõe de vários e importantes indicadores de gestão que permitem uma avaliação exata da “saúde” da empresa mantendo-a sob controle na busca dos seus objetivos. Um indicador interessante que podemos enfatizar é o Ponto de Equilíbrio (PE). O PE indica qual o volume de vendas necessário à cobertura dos gastos (custos e despesas) sem resultar em lucro ou em prejuízo, ou seja, qual o volume de vendas em que ocorre o equilíbrio das receitas e gastos; a partir daí, qualquer unidade vendida a mais, já resulta em lucro.
Vejamos a fórmula:                PE = GFT / MCu

onde:     PE    = Ponto de Equilíbrio
             GFT  = Gastos Fixos Totais
             (Custos + despesas)
 MCu = Margem de Contribuição unitária
             (Vendas – CVu)
CVu  = Custo Variável unitário

Exemplo prático

Consideremos uma loja de confecções especializada na venda de camisas. Seus Gastos Fixos Totais equivalem a R$ 2.512,80 mensais. Por se tratarem de gastos fixos, eles existem mesmo que a empresa não venda sequer uma camisa; normalmente são gastos operacionais, para manterem a atividade da empresa, como por exemplo: salário do balconista, água, luz e telefone da loja, contador, aluguel etc. Didaticamente o CVu é o preço de custo de cada camisa adquirida; consideremos que a empresa pague R$ 25,00 por cada unidade. Cada unidade é vendida por R$ 59,90, logo esse é seu preço de venda.
Então:
PE = 2.512,80  / (59,90 – 25,00)
PE = 2.512,80  / (34,90)
PE = 72 Unidades.

Analisando:
            Com 72 camisas vendidas no mês, a loja cobre todos os gastos para manter sua atividade. Uma camisa a mais que vender já se constitui lucro para a empresa.

Apuração de Resultado:
( - ) Custos Variáveis..... 72 x R$ 59,90.   R$ 4.312,80
( - ) Custos Fixos............................  (R$ 2.512,80
( - ) Custos Variáveis..... 72 x R$ 25,00.  (R$ 1.800,00)
( = ) Margem de Contribuição Total......   R$ 2.512,80
( - ) Gastos Fixos Totais....................  (R$ 2.512,80)
( = ) Resultado...............................   R$       0,00

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IV – História do Surgimento das Empresas

Já vimos a definição de empresa em post’s anteriores e entendemos que por trás de uma empresa há pessoas que lidam com recursos visando alcançar objetivos de auto sustentabilidade e de lucratividade, produzindo e comercializando bens ou serviços”. Diante do exposto podemos identificar o Administrador da empresa como sendo a pessoa que administra os recursos e, assim, conceituar Administração e Administrador. Antes mesmo de dar o primeiro conceito, precisamos, de forma objetiva, entender como se deu a história das Organizações, como ela influenciou as teorias da Administração e o papel do Administrador.


Chiavenato[1] divide a história das empresas em seis fases:

1)   Artesanal
Até a revolução industrial, ocorrida na Inglaterra, em 1778, a produção de bens era realizada em pequenas oficinas em casa e de maneira artesanal, sem o uso de técnicas apropriadas, com ferramentas toscas, onde o homem empregava a sua força e, de forma geral, não se seguia nenhum procedimento padrão para a produção. Isto quer dizer, por exemplo, que “duas” oficinas produziam um mesmo produto com métodos de fabricação diferentes e seus mestres de ofício eram os detentores do conhecimento de todo o processo de produção, passado de pai para filho. Predominavam ainda, nesse período, as granjas e a agricultura.

2) Industrialização
A Revolução Industrial marcou o início de uma nova era para as organizações ocorrendo a transição da fase artesanal para a industrialização com a mecanização das oficinas e da agricultura a partir da invenção da máquina a vapor por James Watt e do seu emprego como força motriz da produção. As oficinas, agora mecanizadas, transformaram-se em pequenas fábricas e usinas. A força do homem fora parcialmente substituída pela força da máquina. Com isso, tornou-se possível produzir em escala maior, proporcionando ganho de produtividade, com um certo grau de padronização dos produtos, melhorando, conseqüentemente, a qualidade, se comparado ao produto feito de forma artesanal. No entanto, começavam a surgir problemas decorrentes do deslocamento da mão-de-obra para as instalações fabris, da necessidade de formação de estoques de matérias-primas para a produção e da necessidade de conquista de mercados. Ainda nessa fase surgiram: a navegação a vapor, a locomotiva a vapor e as primeiras estradas de ferro de grande porte. O Ferro constituía-se o material básico industrial e o vapor uma fonte de energia.

3)   Desenvolvimento Industrial
Também conhecido como o período da Segunda Revolução Industrial, começa em 1860. O Aço substitui o Ferro como material básico da indústria e a eletricidade substitui o vapor como fonte de energia. Surgem o motor a explosão e, conseqüentemente, o automóvel e o avião, o telégrafo sem fio e grandes bancos e instituições financeiras. As empresas cresceram assustadoramente nesse período levando a administração a um processo de “burocratização”.

4)   Gigantismo Industrial
Ocorre entre as duas guerras mundiais, 1914 – 1945. As empresas crescem de tal forma que passaram a operar internacional e multinacionalmente. No início desse período, os investidores afortunados desfaziam-se de seus bens “apostando” no gigantismo industrial observado e investiam em ações de grandes empresas. Com a produção em alta e sem mercado consumidor suficiente, ocorreu uma “quebradeira” geral das empresas, refletindo na bolsa de valores de Nova York e, conseqüentemente, nos seus investidores. Esse fato ficou conhecido como “A grande depressão de 1929” ou “Crash de 1929”.

5)   Fase Moderna
Começa com o fim da Segunda Guerra Mundial, 1945. Foi o período marcado pelo desenvolvimento tecnológico com o surgimento do transistor e do circuito integrado, dentre outros, desencadeando em produtos mais sofisticados como a TV em cores, a calculadora eletrônica e o computador e também em processos mais desenvolvidos como a automação e a informatização. Surgem novos materiais industriais básicos como o plástico e o alumínio e novas fontes de energia são desenvolvidas, como a energia nuclear e a energia solar; ocorre a popularização dos automóveis e as empresas investem mais em Pesquisa e Desenvolvimento de produtos e processos voltados para uso comercial.

6) Globalização
         Fase posterior a 1980. De incertezas no ambiente externo à empresa e de acirrada concorrência. Ocorre a Revolução do Computador em que a máquina eletrônica substitui o cérebro humano.




[1] Chiavenato, Idalberto. Administração – Teoria Processo e Prática, 3ª edição, São Paulo: Makron Books, 2000

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